O assassinato de Marcelo Pecci, promotor anticorrupção do Paraguai, durante uma lua de mel em uma praia colombiana, provocou indignação internacional. As autoridades unem esforços para esclarecer o crime e encontrar os responsáveis.
Na manhã da última terça-feira, o diretor-geral da Polícia Nacional da Colômbia, Jorge Luis Vargas, publicou o retrato falado de um homem que as autoridades locais identificam como um dos supostos autores do homicídio.
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Por meio de um tweet, Vargas pediu a colaboração do público para identificar o suspeito, além de prometer “sigilo absoluto” a quem entrar em contato com a Polícia com informações. Uma recompensa de aproximadamente US$ 500.000 (cerca de 2.000 milhões de pesos colombianos) também foi oferecida.
O crime de Marcelo Pecci
O funcionário estava na ilha de Barú, perto de Cartagena, junto com sua esposa, a jornalista Claudia Aguilera, quando dois sujeitos desceram de um jet ski e atiraram nele, disse ontem à CNN o ministro do Interior do Paraguai, Federico González.
González confirmou que a esposa de Pecci foi testemunha do evento, mas que ela está em boas condições e na ocasião contou com a presença de membros da embaixada do Paraguai na Colômbia. O ministro também mencionou que a investigação está em andamento.
Por sua vez, a rede de hotéis Decameron, onde o casal estava hospedado, informou em comunicado que alguns indivíduos chegaram em jet skis e atiraram em Pecci. A rede hoteleira repudiou os fatos e disse que apesar de um de seus seguranças estar presente durante o tiroteio, ele não ficou ferido.
Na tarde de terça-feira, o procurador-geral da Colômbia, Francisco Barbosa, informou que enviou ‘investigadores especialistas em homicídios do tipo assassino’ para investigar o crime.
O Ministério Público do Paraguai e a Procuradoria Geral do Estado expressaram em comunicado nesta terça-feira que desde a Procuradoria Geral da República ‘foram implementadas ações para dar contenção e assistência à esposa de nosso colega, e os contatos pertinentes foram feitos com o autoridades locais, a fim de auxiliar em tudo o que for necessário para sua segurança e a da família”.
“um assassinato covarde”
Como um ‘assassinato covarde’ descreveu o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, o assassinato do promotor Pecci. E garantiu em sua mensagem que o Paraguai redobrará ‘seu compromisso com o combate ao crime organizado’. Além disso, ele enviou condolências aos familiares do promotor.
Por sua vez, o presidente Iván Duque disse que conversou com o presidente Abdo Benítez ‘para acordar toda a cooperação para encontrar os responsáveis’ e indicou que o diretor da Polícia está em Cartagena para avançar nas investigações.
A Rede de Procuradores Antidrogas da Ibero-América (RFAI_AIAMP), formada por procuradores de 20 países, destacou que Pecci foi ‘um procurador excepcional comprometido com seu trabalho como serviço à sociedade paraguaia e como forma de contribuir para uma mundo mais seguro.’
O embaixador dos Estados Unidos no Paraguai, Marc Ostfield, indicou que o evento lamenta os países e que após o crime de Pecci será reforçado o ‘trabalho conjunto para enfrentar o crime organizado no Paraguai e no hemisfério’.